Mundinho daquele tamanho!

Fui beber umas cervejas com Adélia. Cheguei lá mais cedo. Desci do taxi e entrei no bar pra trocar o dinheiro. Naquele troca-não- troca, o garçon me oferece o seu próprio dinheiro. Olho pra ele e... Caceta! Conheço esse cara! Que situação...

Foi assim: há uns 20 anos atrás (meu Deus!) fui a um show do meu Pai com um amigo da faculdade que ia levar um amigo pra me apresentar, sabe essas coisas? Pois bem. Lá pelas tantas, ele me diz que é garçon. No problem! Ele era bonitinho. Tava nem aí pra isso. Mas, a noite foi/ ficou só nisso - o resto foi censurado por mim mesma.

Aí, eis que o sujeito surge na minha frente hoje. - Eu sempre contei essa estória para as pessoas. Sabe aquela coisa de fantasia com motorista de táxi de algumas, bombeiro de outras, entregador de pizza, etc? Então. A minha foi com garçon.

Fiquei meio de banda a noite toda, mas acho que ele não me reconheceu. Tô gorda, cabelo branco, etc. Ele não mudou muito não, mas continua garçon. - Hum... Vidinha estável, hein? Adoro! Será que tá casado?

Saí de lá com um cadinho de mal estar. Ele me chamando de senhora. Todo atencioso. Eu fui tão chata naquela noite. Tá bem. Tem muito tempo. Mas ele era/ é um santo...

Na hora de ir embora, depois que o cartão foi aprovado ele manda:

- A senhora vê; hoje em dia tudo é muito rápido. Passamos o cartão e imediatamente, tudo pago.
- É verdade...
- Tenho certeza que a ciência anda muito mais evoluída do que a gente imagina. Tem coisas acontecendo que nem fazemos idéia. Nesse momento tem coisas acontecendo. Boa noite, senhora!
- É... Boa noite! Como é seu nome mesmo?
- André.
- Boa noite, André! - Eu fiquei a noite toda achando que não lembrava o nome dele. Mas lá no fundo eu sabia: era André.